segunda-feira, 4 de junho de 2012

Pra que sacerdotes?




Como encontrar perdão? Qual é o caminho para o perdão? Hoje eu gostaria que respondêssemos essas duas perguntas. Espero que vocês encontrem comigo em Hebreus 7.23-28 essas respostas:
Hebrews 7:23 - 8:1  3 Ora, aqueles são feitos sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de continuar;  24 este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável.  25 Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.  26 Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus,  27 que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu.  28 Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre. 
Os sacerdotes e a primeira aliança
O sacerdócio foi instituído no AT durante o êxodo do povo israelita para Canaã.  Deus instituiu Arão, irmão de Moisés, como sacerdote, ao estabelecer um pacto com o povo no monte Sinai. Esse pacto foi firmado com a criação do tabernáculo, que era uma enorme tenda onde ficava a arca da aliança. A função dos sacerdotes era cuidar dos rituais religiosos do povo de Israel. Mais tarde, quando Israel já constituía um país, o templo foi construído e os sacerdotes passaram a se ocuparem dos serviços do templo. Entre esses serviços os mais importantes eram os sacrifícios de holocaustos. Estes sacrifícios são descritos em Levíticos 6.6-7:
Leviticus 6:6-7   E, por sua oferta pela culpa, trará, do rebanho, ao SENHOR um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação, para a oferta pela culpa; trá-lo-á ao sacerdote.  7 E o sacerdote fará expiação por ela diante do SENHOR, e será perdoada de qualquer de todas as coisas que fez, tornando-se, por isso, culpada.
Agora podemos entender que, conforme o texto que acabamos de ler, o sacrifício era feito com intuito de perdoar os pecados de quem os ofertasse. Esses sacrifícios deveriam ser oferecidos todos os dias, para que os próprios pecados dos sacerdotes fossem perdoados e regularmente cada Israelita deveria oferecer sacrifícios pelos seus pecados também.
Os sacerdotes, mediadores entre Deus e o povo
O sacerdote em Israel era quem mediava o pedido de perdão do povo a Deus. Era através do sacerdote que se pedia perdão, e através dele o perdão era declarado.
Em Gênesis, Deus condena o homem à morte pela sua desobediência. Mas quando Deus firma o pacto com o povo, Ele oferece uma nova chance de perdão, mas para que o perdão acontecesse, um animal precisaria morrer no lugar do pecador.
A promessa do messias sumo sacerdotal
Oscar  Culmann[1], um teólogo alemão do século XX, dizia que dentro do povo de Israel logo surgiria a necessidade de um sacerdote superior aos sacerdotes humanos. Leio aqui uma citação sua:“Quanto mais o sacerdote existente decepcionava as altas esperanças que nele se depositavam, tanto mais era inevitável que a esperança do fim dos tempos, em que todas as coisas haveriam de encontrar sua consumação, englobasse também a imagem de um sumo sacerdote ideal.” Ou seja, um sacerdote humano, instituído pela lei do êxodo, era passível de erros, ele pecava também, e precisava realizar sacrifícios para que seus pecados fossem perdoados. Essa mediação vinda de um líder mediador que decepcionava o povo criava esperanças de que um dia um sacerdote superior viria. Um sacerdote que não fosse susceptível a erros e pecados, que estabelecesse uma relação mais direta com Deus.
Jesus, sacerdote definitivo e aliança definitiva
Com a vinda de Jesus, porém, Deus traz um novo pacto. Esse novo pacto é selado pela própria morte de Jesus. É o seu sacrifício que sela esse novo pacto. Seu próprio sacrifício. Esse sacrifício é o suficiente para perdoar de vez todos os pecados da história da humanidade. Mas de maneira diferente dos sacerdotes, Cristo, sendo o próprio sacrifício, ressuscita. E se torna o mediador entre Deus e os homens. Cristo se torna o novo sacerdote, que deu a si mesmo como sacrifício. Mas ressuscitando, ele está acima de todos os outros sacerdotes, pois ele nunca morrerá. É o único sacerdote eterno. E o seu sacrifício, único e eterno.
Jesus, único mediador entre os homens e Deus
Jesus então se torna o sacerdote que media o perdão dos pecados do homem à Deus. Essa mediação, diferente dos sacerdotes, é uma mediação completa e eterna. Ele é o sumo sacerdote, santo, sem culpa e sem pecado. Jesus não precisa expiar seus próprios pecados, pois ele não tem nenhum pecado. Ele é o sacerdote ideal de que Oscar Cullmann fala que o povo esperaria. Ele é o consumador do novo pacto de Deus com os homens.
Aplicação
É através desse Sumo Sacerdote perfeito que podemos ter nossos pecados perdoados. Através daquele que derramou o seu próprio sangue por nós, que se ofereceu a si mesmo como sacrifício perfeito e completo. Somente através de Jesus é que encontramos nossa real salvação, ele trouxe o pacto de Deus com o seu povo para perto de nós. E hoje não precisamos mais sacrificar nada para obter o perdão de Deus. Basta que nos dirijamos à Jesus em oração e somente a ele, pois ele é o único mediador entre Deus e os homens. Ele é a própria palavra de Deus, viva e a sua palavra nos traz o perdão.
Oração
Senhor nosso! Jesus amado! Te agradecemos por que tu te entregaste a nós como sacrifício próprio para nos libertar dos nossos pecados. E que por causa de ti nós não dependemos de sacerdotes humanos e pecadores para nos relacionarmos com Deus. E te pedimos que os nossos pecados, tanto os do nosso país, como os da nossa cidade, os dos nossos líderes e representantes, os pecados da nossa comunidade e os nossos pecados pessoais sejam perdoados por ti que já morreste para pagar por eles. Te pedimos que tu nos ajude a reconhecer em ti o único caminho para o perdão. E a proclamar este caminho às pessoas que convivem conosco. Amém.


[1] CULLMANN, Oscar. Cristologia do Novo Testamento. Tradução: Daniel de Oliveira. Editora Custom Ltda – São Paulo, SP. 2004. Pg 117